Cecilia Grierson, pioneira da enfermagem na Argentina

Até meados do século XIX, o cuidado e a atenção das pessoas doentes eram prestados pela Igreja Católica através de membros de suas ordens religiosas, sem nenhuma formação.
Foi somente em 1891, quando Cecilia Grierson fundou a primeira escola de enfermagem na América Latina, em Buenos Aires, que a história da enfermagem passou por uma grande transformação em nosso país.

Cecilia Grierson, filha de colonos escoceses e irlandeses, nasceu em 22 de novembro de 1859. Ela se formou como professora e depois passou a estudar medicina, obtendo seu doutorado em 1889. Naquela época, as mulheres não eram autorizadas a praticar medicina. Era uma tarefa reservada apenas aos homens.
Esta situação, longe de deter Cecília, inspirou-a a realizar seu sonho e a colocar em prática todo seu conhecimento de medicina, dando espaço para a educação formal da enfermagem.
Inspirada no modelo Florence Nightingale, estabeleceu o uso de uniformes para as enfermeiras, que mais tarde foi adotado pela maioria dos países latino-americanos.
Cecilia Grierson preparou manuais adequados para enfermeiras (mais didáticos que os textos europeus), considerando que a melhor maneira de proporcionar alívio para aqueles que sofrem é colocar ao seu lado pessoas compreensivas, afáveis e capacitadas que possam colaborar com o médico na luta para recuperar a saúde.
Em 1900, ela fundou o Conselho Nacional das Mulheres e a Associação Nacional de Obstetrícia. Dez anos depois, presidiu o Congresso Argentino de Mulheres Universitárias e se destacou na Comissão de Surdos-Mudos do Patronato da Infância e em diversos cargos e missões a ela confiados por autoridades.
Sua luta pelos direitos da mulher não se limitou ao campo médico. Na primeira década do século XX, Cecilia Grierson estendeu suas exigências aos direitos civis e políticos das mulheres e participou dos primeiros congressos feministas do país.
Ela escreveu numerosos livros e outras publicações sobre medicina, educação e diferentes tópicos
Cecilia Grierson também foi pintora, escultora e boa esportista. No final de sua vida, ela viveu na cidade de Los Cocos, em Córdoba, até sua morte em 10 de abril de 1934.